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Dheo Consultoria

A arte de errar “certo”

O Método Infalível para Usar Erros a Seu Favor
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Adeildo Nascimento

Founder, Dheo Consultoria

O Método Infalível para Usar Erros a Seu Favor

No trabalho e na vida errar é praticamente inevitável. Mas a grande questão é: estamos aproveitando esses deslizes? Criar uma cultura que permita o erro como parte do processo de aprendizado pode ser o pulo do gato para unir o útil ao agradável. MAS, cuidado! Não confunda errar para aprender com aceitar erros de qualquer jeito.

Errar “certo” é criar um ambiente onde os erros são vistos como degraus para o aprendizado. Isso quer dizer que os erros devem acontecer em contextos apropriados e com custos controlados. Não é aceitar todos os erros sem critério, mas entendê-los e usá-los para afinar processos e aumentar a performance.

Adotar uma postura correta em relação aos erros traz avanços surpreendentes para a inovação e melhoria contínua nas empresas. Quando os erros são tratados como parte do aprendizado, eles incentivam a experimentação e a criatividade. Isto porque para inovar é necessário testar novas ideias rapidamente e sem ter custos altos, isso permite descobrir o que funciona e o que não funciona antes de fazer grandes investimentos. Ao tratar os erros como dados, as empresas podem identificar padrões e áreas com problemas para implementar mudanças que resultem em melhorias.

Por outro lado, aceitar erros sem critérios pode ser um verdadeiro tiro no pé. Uma cultura que aceita todos os erros sem distinção pode levar à complacência e comprometer a qualidade e a segurança dos produtos e serviços. Aceitar todos os erros pode fazer com que ninguém se esforce para evitar falhas ou melhorar o desempenho.

Por exemplo, em setores críticos como aviação e saúde, aceitar erros de qualquer maneira pode ser fatal. Imagine uma companhia aérea que aceita erros sem critério. A sensação de insegurança ao embarcar em um voo onde a manutenção pode ter sido negligenciada é assustador. Ou então um hospital que aceita erros de qualquer espécie, as consequências podem ser fatais. Ou seja, a cultura do erro é uma falácia quando não conceituada e gerenciada da maneira correta.

Alguns anos atrás me deparei com os insights da professora Amy Edmondson, da Harvard Business School, que se tornaram valiosos e muito disseminados entre as empresas da nova economia. Segundo Amy o esquema é o seguinte: errar de forma barata, ou seja, criar pequenos experimentos onde os erros podem ser cometidos com custos mínimos. Essa prática, conhecida como “fail fast, fail cheap” (falhe rápido, falhe barato), é amplamente adotada por empresas inovadoras. Além disto, implementar protótipos ou pilotos de novos processos ou produtos em pequena escala, o que permite aprender rapidamente sem grandes investimentos. E então, com base nos resultados desses pequenos experimentos, as empresas podem ajustar suas abordagens e melhorar continuamente.

Para criar uma cultura organizacional que valorize o aprendizado através dos erros sem comprometer a qualidade e a segurança, a sua empresa deve seguir as seguintes diretrizes básicas: em primeiro lugar diferenciar erros aceitáveis, que ocorrem em processos de experimentação e aprendizado, dos inaceitáveis, que resultam de negligência ou falta de esforço; em segundo, incentivar a prototipação e a pilotagem de novos processos ou produtos em pequena escala para aprender com os erros de forma econômica e segura; e por fim, criar um ambiente onde os funcionários se sintam seguros para assumir riscos calculados e reportar erros sem medo de reprimendas. Amy destaca este último ponto como importantíssimo para permitir que os funcionários se sintam confortáveis em compartilhar erros e aprendizados.

Muitos líderes e empresários interpretam erroneamente a ideia de criar uma cultura do erro, confundindo-a com a aceitação generalizada de falhas. Isso pode levar a um ambiente onde a baixa performance é tolerada e até encorajada. É essencial entender a diferença entre aceitar erros como parte do processo de aprendizado e a falta de responsabilidade e dedicação no trabalho.

Desenvolver uma cultura organizacional que valorize o erro “certo” exige inteligência, equilíbrio e estratégia. Não se trata de ser complacente, mas de garantir que cada erro contribua para o desenvolvimento e a excelência. Isso é errar “certo”.

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