Em 2024, mais de 200 CEOs deixaram o cargo. Entenda por que a adaptabilidade se tornou a competência essencial do C-Level e como as empresas devem reagir.
Adaptabilidade: a nova moeda da liderança executiva
O mundo corporativo está trocando de pele em tempo recorde.
Em 2024, mais de 202 CEOs deixaram o comando de empresas listadas, muitos antes de completar três anos no cargo.
O dado expõe uma verdade incômoda: a experiência deixou de ser vantagem competitiva. Quem não se adapta, sai do jogo.
A questão agora é direta: quem sobra quando o mundo muda o tabuleiro?
O cenário global: disrupção em tempo real
Segundo o índice anual da Russell Reynolds Associates, o turnover global de CEOs cresceu 9% em relação a 2023.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 registrou 58 saídas — um aumento de 21%.
E no setor de tecnologia, as trocas chegaram a 90%, impulsionadas pela pressão da inteligência artificial, mudanças de modelo de negócio e novas métricas de performance.
Mais relevante ainda: 85% dos novos CEOs em 2024 foram “first-timers” em empresas listadas. Os boards estão escolhendo líderes que aprendem rápido, não apenas os que acumulam tempo.
Como no século XIX, quando os navios a vapor substituíram as velas, quem ainda valoriza apenas a “experiência de velejar” está condenado a ficar para trás.
O mito da experiência segura
Durante anos, o tempo de casa foi símbolo de estabilidade e confiança.
Mas o mercado atual não premia estabilidade, premia plasticidade cognitiva e velocidade de aprendizado.
De acordo com a Spencer Stuart, 44% dos novos CEOs do S&P 1500 vieram de fora das próprias empresas, o maior índice desde 2000.
Os conselhos estão cada vez mais dispostos a buscar visão fresca e capacidade de adaptação, não apenas familiaridade com a estrutura interna.
Usar o mesmo mapa para navegar em um novo território é ineficiente.
É como dirigir pelos EUA de hoje com o mapa da Rota 66 dos anos 1950: você até chega, mas desperdiça energia, tempo e oportunidades.
Quando a experiência se transforma em cegueira estratégica
A história é implacável com quem se apega ao passado.
A Kodak inventou a câmera digital, mas a ignorou para proteger o filme fotográfico. A Blockbuster recusou a Netflix e desapareceu.
Na Segunda Guerra Mundial, generais veteranos foram substituídos por jovens comandantes que entendiam a nova lógica da guerra de movimento.
Em todos os casos, o que parecia experiência se tornou resistência à mudança.
E no contexto atual, resistir à mudança é resistir à sobrevivência.
Os erros mais comuns no C-Level atual
Muitos executivos confundem adaptação com improviso.
Outros acreditam que tecnologia substitui estratégia.
Na prática, os erros se repetem:
- Investir em IA de prateleira, sem mudar o modelo mental;
- Centralizar decisões no topo, travando a agilidade;
- Criar planos fixos de longo prazo, em um mundo que muda a cada trimestre.
Esses comportamentos transformam empresas em estruturas rígidas. E o que não se move, afunda.
Como o C-Level deve reagir: liderança adaptável e cultura viva
As empresas que prosperam em tempos de incerteza compartilham um mesmo princípio: a adaptabilidade é competência central de liderança.
Os conselhos e RHs de alto nível estão adotando práticas mais dinâmicas:
– Avaliação real de adaptabilidade, com simulações e testes em cenários incertos.
– Medição de velocidade de decisão, não apenas tempo de cargo.
– Planos de sucessão vivos, revisados periodicamente.
– Cultura de aprendizado contínuo, que valoriza o erro rápido e o recomeço inteligente.
Como sintetiza a Board Agenda: “O C-Level do futuro deve funcionar como uma banda de jazz, não como uma orquestra ensaiada.”
E como dizemos na Dheo: “Experiência demais sem adaptabilidade é suéter de lã em Salvador. Esquenta e sufoca.”
Conclusão: o futuro pertence aos líderes que aprendem rápido
Se sua empresa ainda acredita que tempo de casa é sinônimo de segurança, vale olhar os números de 2024: as cadeiras do C-Level nunca giraram tão rápido.
A adaptabilidade não é mais uma soft skill. É a competência que separa líderes que sobrevivem daqueles que evoluem.
Na Dheo Consultoria, ajudamos organizações a construir culturas de aprendizado ativo e liderança adaptável, capazes de reagir ao novo antes que ele se torne crise.
Assista o episódio do Dheo insights:
https://www.youtube.com/watch?v=7YgCoo–pVA
