A edição do SBT Notícias, da Rede Massa, exibida em 10 de outubro abordou um tema crucial para a economia brasileira: o desafio das empresas familiares em garantir sua longevidade por meio da modernização da gestão e da profissionalização dos processos.
No Paraná, segundo o IBGE, cerca de 400 mil empresas familiares estão em atividade. No país, elas representam 90% dos negócios e são responsáveis por 75% dos empregos gerados. Apesar da relevância, a sobrevivência após a saída do fundador ainda é um ponto crítico, sete em cada dez não resistem à transição, principalmente por dificuldades na sucessão e na gestão interna.
Inércia cultural
O especialista em cultura organizacional Adeildo Nascimento, CEO da DHEO Consultoria, destacou na reportagem que a sucessão hereditária, tradicional nesse tipo de negócio, muitas vezes perpetua uma inércia cultural que freia o avanço.
“Como as empresas familiares normalmente optam por sucessão hereditária, a gente vem numa sucessão cultural também. Com o mundo em constante transformação, elas enfrentam o desafio de se atualizar e se profissionalizar na velocidade que o mercado exige”, explicou. “Falta sofisticação e profissionalização da gestão”.
Adeildo observou que o principal obstáculo está na dificuldade de evoluir culturalmente. “Todos os problemas das empresas familiares hoje estão ligados à adição cultural, à profissionalização e à sofisticação dos sistemas de gestão”, afirmou.
Para o especialista, modernizar a administração é o caminho para a resiliência, o que passa pela abertura a novas perspectivas e pela valorização da performance. Entre as medidas sugeridas, estão a contratação de profissionais de mercado com visões diversas e a criação de programas de reconhecimento que valorizem resultados, e não apenas vínculos pessoais.
Legado forte
“As empresas familiares se baseiam muito mais no relacionamento entre as pessoas do que numa visão de performance e reconhecimento pela entrega”, pontuou. “Elas estão num momento decisivo, em que o legado cultural é forte, mas a transformação é imperativa”.
Encerrando sua análise, Adeildo resumiu o dilema vivido por esse setor. “As empresas familiares estão diante de uma dúvida cruel: até que ponto o legado cultural as fortalece e até que ponto precisam se transformar para acompanhar as novas exigências do mundo”.
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Texto: Básica Comunicações
