O futuro das empresas está na convergência entre tecnologia e psicologia

Picture of Dheo Consultoria

Dheo Consultoria

As transformações aceleradas do mundo do trabalho têm colocado a cultura organizacional no centro das decisões estratégicas. Para o especialista em cultura organizacional e CEO da DHEO Consultoria, Adeildo Nascimento, o sucesso do futuro das empresas terá que passar obrigatoriamente pela tecnologia e psicologia. A afirmação foi feita durante o Summit Cultural da DHEO Consultoria, que aconteceu no dia 14/11, no auditório do Infinity Prime Offices, em Curitiba. O evento reuniu uma plateia seleta que durante a tarde participou de diversas discussões sobre cultura organizacional.

“Ou você entende muito de algoritmo ou entende de psicologia humana. O restante tende a se tornar commodity”, disse Adeildo na sua exposição. Afinal, as empresas contemporâneas operam em um ambiente de forte digitalização, mas formado por pessoas guiadas por percepções, crenças e emoções. Este cenário exige uma gestão capaz de equilibrar avanços tecnológicos com o entendimento profundo da experiência humana no trabalho.

Cultura organizacional é essencial para a sobrevivência das empresas

Se há dez anos a cultura organizacional começava a ganhar espaço nas discussões empresariais, hoje ela é fundamental para solidificar o negócio e executar com eficiência o planejamento estratégico de uma empresa. “Ou você entende de cultura ou é carta fora do baralho”, apontou Adeildo.

A razão é clara: enquanto tecnologias podem ser replicadas com rapidez, a cultura é um ativo único, difícil de imitar e cada vez mais determinante para sustentar estratégias de longo prazo. “Uma estratégia só é vencedora quando se tem uma cultura para suportá-la”.

Adeildo apontou seis forças que moldarão o futuro organizacional, destacando que serão as molas propulsoras para a obtenção de resultados em um cenário que será cada vez mais tecnológico e humano.

A automação exponencial, ou seja, a aceleração provocada pelas tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA). As habilidades técnicas estão perdendo validade com velocidade inédita. De acordo com o Fórum Econômico Mundial a vida útil média dessas competências está diminuindo a cada ano e a previsão é de uma forte mudança nas habilidades mais relevantes. “O temor era que robôs substituíssem profissionais de fábrica. Hoje, observamos que a IA já torna dispensável analistas e assistentes”, explica Adeildo.

A Geração Z será dominante e representará 70% da força de trabalho no futuro próximo, o que tende a redefinir valores corporativos. São profissionais que rejeitam contextos tóxicos e estruturas lentas e que demandam coerência e senso de propósito. Para Adeildo é fundamental dar atenção e entender os “gen Z”, pois logo eles serão a realidade nas empresas. “A geração Z não compartilha os mesmos sonhos de consumo das gerações anteriores. Mesmo assim, as lideranças esperam que esses jovens se engajem plenamente, respeitem modelos tradicionais e trabalhem além do necessário. Eles estão realmente errados em estarem desengajados?”, questionou Adeildo.

A relação entre empresas e colaboradores reposiciona expectativas, trazendo novos contratos psicológicos. Não se trata mais de “eu trabalho para você”, mas de “eu entrego resultados e você me oferece sentido”. Adeildo reforça que, apesar de menos tangíveis, os dados psicossociais das organizações são mensuráveis. “É perfeitamente possível avaliar o nível de toxicidade de uma cultura organizacional. O que mais vemos são decisões tomadas pela urgência do dia, e não com base na cultura”, analisa.

As soft skills, sobretudo aquelas que a inteligência artificial não consegue replicar — como liderança, negociação e criatividade — tornam-se essenciais e mais valorizadas. Além disso reforçam uma tendência que a IA catapultou: o colapso das competências. Adeildo foi taxativo ao dizer que os modelos de remuneração com base em competências estão com os dias contados, “passaremos a ver remuneração variável baseados em comportamento organizacional”.

A estrutura de trabalho flexível de forma híbrida, global e colaborativa é uma prova de que as organizações possuem uma cultura forte e presente. Não é mais uma alternativa, mas uma realidade sem volta. Retornar a modelos antigos, mostra uma fragilidade na cultura organizacional e dão sinais de problemas internos. “O modelo híbrido é o mais eficiente. O escritório deixa de ser um local de execução e se torna um espaço de convivência”, pontua Adeildo.

A evolução da liderança é imprescindível na construção desse caminho de solidificação da cultura. O líder é responsável pela manutenção e pela coerência cultural da organização. “Líderes precisarão ser arquitetos culturais: compreender o processo tecnológico e a psicologia das pessoas. O RH atua como engenheiro da cultura — mas são as lideranças que se apropriam dela e garantem sua aplicação cotidiana”, destaca Adeildo.

A cultura como sistema operacional das organizações

Diante do avanço da tecnologia, da aceleração das mudanças e do aumento do desengajamento — que já afeta cerca de 70% da força de trabalho — o papel da cultura organizacional torna-se decisivo.

Para Adeildo, a pergunta que orientará as empresas daqui em diante é clara:
Como liderar quando a tecnologia evolui mais rápido que a estratégia e quando as pessoas não se reconhecem mais nos modelos tradicionais de trabalho? Ele sintetiza,
“a cultura é o sistema operacional das pessoas. É ela que garante alinhamento, coerência, execução e adaptação”.

Texto: Básica Comunicações

Fotos: Eduardo Scoto

Fale com Dheo. Temos uma solução para a sua Cultura!

Ver mais
Dheo Insights

Siga-nos nas redes sociais: