Novas formas de trabalho desafiam empresas e jovens

Picture of Dheo Consultoria

Dheo Consultoria

O mercado de trabalho brasileiro vive um momento de transição marcado por choques de gerações e novos modelos de relação profissional. A crescente rejeição ao modelo tradicional, o expediente fixo de segunda a sexta e o vínculo formal, tem gerado desafios tanto para empresas quanto para jovens em início de carreira.

Segundo levantamento do Datafolha, 68% dos jovens entre 16 e 24 anos preferem empreender a buscar um emprego com carteira assinada. Ao mesmo tempo, 73% dos empresários do setor de serviços relatam dificuldade para contratar, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Essas mudanças e tensões foram tema do programa Ponto de Vista, da Jovem Pan News, que recebeu Adeildo Nascimento, especialista em cultura organizacional e CEO da DHEO Consultoria.

Entropia social

Para ele, o que estamos vivendo é um momento de “entropia social”, um período de desorganização e transformação nas estruturas tradicionais de trabalho. “Os jovens têm acesso às práticas mais contemporâneas de gestão e veem nas redes sociais exemplos de empresas com culturas inovadoras. Mas o mercado não evolui na mesma velocidade que as mídias apresentam. Nem toda organização está pronta, da noite para o dia, para sustentar um modelo remoto ou híbrido com uma cultura sólida”, explicou.

O especialista destacou que o conflito atual não é apenas geracional, mas estrutural. “Os modelos que herdamos ainda são tayloristas e fordistas, com hierarquias rígidas e pouca autonomia. Enquanto isso, as novas gerações buscam flexibilidade, propósito e reconhecimento, querem fazer sentido no que fazem, e não apenas cumprir horário”, afirmou.

Essa mudança de mentalidade também está ligada a uma nova lógica de renda. “Quando o jovem compara o salário líquido de uma vaga CLT com o que pode ganhar de forma autônoma, a conta muitas vezes não fecha. Ele prefere tentar empreender, mesmo com mais risco, se isso significar mais liberdade e menos hierarquia”, observou.

Inovação nos modelos

A consequência desse descompasso é um desencontro entre oferta e demanda, empresas não encontram perfis dispostos às regras tradicionais, e jovens resistem a vagas formais que consideram engessadas. “Segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral, 61% dos empresários ouvem um ‘não’ quando fazem uma proposta CLT. Isso mostra que o mercado precisa se adaptar, e rápido. Não há alternativa senão modernizar culturas organizacionais”, ressaltou Adeildo.

Adeildo defendeu que essa adaptação deve vir acompanhada de políticas públicas que permitam flexibilizar as relações de trabalho sem perda de direitos, aliviando encargos sobre a folha e estimulando a inovação nos modelos de contratação. “O empresariado vai ter que se ajustar, porque ainda depende do capital humano. E, do outro lado, os jovens também vão perceber que nem todos conseguirão empreender. Em algum ponto, o mercado encontrará equilíbrio, mas será preciso flexibilidade dos dois lados”, concluiu.

Confira a matéria completa no link 

Texto: Básica Comunicações

Fale com Dheo. Temos uma solução para a sua Cultura!

Ver mais
Dheo Insights

Siga-nos nas redes sociais: